Medicina do trabalho – a saúde corporativa vem assumindo grande relevância no Brasil. Esta área atua como uma interface entre o trabalhador e seu contratante, além de fornecer o respaldo legal para que o trabalhador atue em condições que anulem ou previnam riscos à sua saúde como um todo.

De um lado, a Medicina do Trabalho garante que o trabalhador esteja apto para exercer suas funções. De outro, busca que a empresa tenha a infraestrutura adequada para salvaguardar as condições físicas e mentais dos colaboradores.

Geralmente, o que move uma empresa a pensar em saúde corporativa tem a ver com questões jurídicas, envolvendo a legislação trabalhista ou questões operacionais, identificadas pelo setor de RH. Felizmente, essa realidade já está em transformação. As relações de trabalho estão mudando, então, é natural que o caminho da saúde corporativa também mude.

Empresas mais amadurecidas estão atentas à economia que pode ser gerada com a prevenção de doenças e com a gestão de crônicos, por exemplo. O mercado também está percebendo o crescimento agressivo de doenças emocionais como causa de afastamento do trabalho.

Por tudo isso, as corporações já estão focando muito mais na prevenção e promoção de saúde como parte da estratégia de negócio, partindo do princípio de que colaboradores saudáveis são mais produtivos e geram menos custos. Resumindo, a saúde passou a ser um ativo de empresas que valorizam o capital humano.

Seguindo essa premissa, não faz sentido apenas entregar para um colaborador um cartão para que ele use quando ficar doente. Pelo contrário, o ideal é ter um cuidado periódico para evitar que este colaborador fique doente. A mudança de mentalidade está no foco – em vez de pensar nas doenças, nos sinistros e nas consequências de um trabalhador doente, parte-se do princípio de cuidar da saúde dos colaboradores.

Então, para que a gestão de saúde corporativa gere economia de fato, é preciso cuidar das pessoas quando elas ainda estão saudáveis.

Nesse contexto, a tecnologia é peça chave para alcançar esse objetivo. Os investimentos já são consideráveis em soluções voltadas para a telemedicina e aplicativos de saúde. Alternativas reais para redução de custos e ganhos consideráveis na produtividade dos atendimentos.

A medicina do trabalho também está ampliando a atuação com as diversas tecnologias, trazendo soluções inovadoras que estão impactando diretamente na qualidade de vida das pessoas. O avanço tecnológico tem transformado a forma de atendimento para médicos, pacientes e gestores.

Este é um movimento de mercado em crescente expansão, chamado de Health Tech (tecnologia da saúde). Segundo dados do Transparency Market Research (TMR), o setor deve movimentar cerca de US$ 530 bilhões de dólares até 2025.

O surgimento de startups na área da saúde também é exponencial. Cada vez mais, novas ferramentas são testadas e aperfeiçoadas para atender a demanda e melhorar a produtividade dos atendimentos.

Nesse sentido, os esforços estão concentrados no desenvolvimento de softwares para tornar o atendimento mais digital – facilitando a gestão de prontuários, por exemplo. No caso da telemedicina, abre a possibilidade de realização de exames a distância, o que agiliza e reduz custos dos processos, inclusive dentro de empresas. Afinal, é melhor e mais barato investir em segurança, prevenção e proteção, com visão de longo prazo.

Por Alexandre Berger, médico e CEO do Grupo Implus

Fonte: Saúde Business

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